SALA DE LEITURA - AMOR
1 – A transmissão do Amor
O amor é indispensável para o desenvolvimento do
indivíduo. Quando o amor é transmitido quem o recebe desenvolve atitudes
positivas em relação a si mesmo, aos outros e à vida. Junto com o amor, o
indivíduo recebe elementos e sentimentos que são necessários para que o amor se
frutifique e encontre morada: respeito,
responsabilidade, generosidade, carinho, proteção, incentivo. Amar é sempre
grandioso e é um sentimento que precisa ser alimentado sempre. Pequenos gestos também
podem ser provas de amor, como em casa, por exemplo: retirada do prato da mesa,
colocar lixo para fora, auxílio em pequenas tarefas, um elogio, uma pequena
palavra de conforto.
O que se vê, algumas vezes, é alguém aproveitando, por
exemplo, em família, os conflitos para despejar o ódio, a raiva, o ciúme, a
inveja, a cobrança de sentimentos. Quando deveria, na verdade, parar, pensar,
perceber no que pode ajudar e, através de pequenos gestos demonstrar seu amor. A
prática do amor melhora as relações com as pessoas da família e ele deve ser maior
que as coisas materiais, pois coisas materiais vêm e vão. Se houver amor,
haverá, com certeza, a compreensão pela ausência do material e sua conquista
poderá ser questão de tempo.
Com amor o adolescente pode redescobrir a família,
pode reaproximar-se dos pais, entendendo-lhes a linguagem e a tentativa deles
em oferecer o melhor. Com tolerância e mais amor é possível eliminar mágoas e
pequenos transtornos de relacionamento, que nada mais fazem do que ferir e manter
o jovem sempre distante da elevação emocional que ele tanto deseja.
2 – Amor de amigo
Podemos considerar como sendo o segundo amor mais
importante na vida do indivíduo. Assim que ele começa a tomar contato com o
mundo, os amigos tornam-se parte importante da maneira como ele irá ver esse
mundo e, também, como o indivíduo irá se relacionar com a amizade e com esse
novo tipo de amor, que é completamente diferente do amor de família. Inicialmente
os contatos podem ser de descoberta e surpresa. Muitas vezes o indivíduo leva
para os amigos o que aprendeu em casa e acaba trazendo para casa o que aprendeu
com os amigos. Pode passar a contestar os valores dos pais, da família, da
sociedade, isto é, a ter a sua própria visão do mundo e dos valores humanos, a
conceituar pessoas e regimes, estabelecendo, muitas vezes, suas regras de
comportamento.
É na convivência que o indivíduo vai descobrindo se
aquele amigo corresponde às expectativas que ele tinha em termos de confiança, solidariedade, amor, força e,
até, de ciúme, pois conviver com amigos possessivos não é fácil, pois
provoca desgaste na relação e, com o tempo, o distanciamento. Alguns amigos
impõem tanta opressão em cima do outro, que leva o outro a lhe mentir,
esquivar-se de sua companhia, arrumar desculpas esfarrapadas para não compartilhar
tal amizade. Cada indivíduo é diferente e pode precisar de várias pessoas para se
sentir completo. Um indivíduo pode ser amigo de várias pessoas, pois cada uma
pode lhe trazer algo, completá-lo em algum ponto, sem que isso cause prejuízo a
nenhuma das partes. O que fará com que uma amizade tenha ou não valor serão os
elementos que os envolvidos deverão ter um com o outro: cumplicidade, respeito,
fidelidade, solidariedade, empatia. Ninguém abandona um amigo, com certeza, por
ele tê-lo respeitado, ter guardado segredo, ter ficado ao seu lado nos momentos
de dificuldade. Abandona-se o amigo por ter sido traído, por ter sido deixado
de lado, por ter sido oprimido, por ter sido desrespeitado. Cada um acaba por
escolher melhor os indivíduos com os quais quer conviver e crescer,
permitindo-se envolver por aqueles que lhe provocam maior empatia, que
demonstram maiores afinidades com seus valores morais e culturais. Uma
verdadeira amizade se constrói com o tempo, com muita paciência e,
principalmente agindo com outro como se gostaria que ele agisse consigo: quer
respeito, respeite; quer solidariedade, seja solidário; quer ser ouvido,
ouça... E assim por diante. Precisamos do outro para viver e os outros
precisam, com certeza, também de nós.
3 – Amor pelas causas
Há pessoas que, pela sua maneira de conduzir sua
própria vida e pela maneira como lidam com os demais, acabam chamando a atenção
pelas suas atitudes. É evidente que, muitas dessas pessoas não planejam sua
vida com o objetivo de se tornarem famosas ou chamarem a atenção, mas acabam
justamente fazendo isso ao agirem e defenderem causas, que beneficiam pequenos
ou grandes grupos. Alguns chamam essa atitude de solidariedade, mas nem sempre
envolvem pessoas. Às vezes trata-se da natureza, de animais... Exemplos: Chico
Mendes, componentes do Green Peace, Chico Xavier, Betinho, Madre Teresa de
Calcutá, Irmã Dulce... Anônimos que não medem esforços em doar em pouco de si
em benefício do próximo. São pessoas consideradas especiais por suas atitudes
de doação e desprendimento em relação às coisas materiais.
Algumas pessoas desenvolvem na infância as
experiências de cooperação, através de brincadeiras e que ao longo de sua vida
transformam-se em sentimentos de altruísmo e solidariedade. Esse partilhar com
o outro, muitas vezes, exige certo sacrifício pessoal, sem que haja conflito,
evidentemente, já que proporciona a descoberta do ser útil, de ser cooperativo.
Esse tipo de amor faz com que o indivíduo melhore a auto-estima, pois acaba
descobrindo maneiras de eliminar dificuldades próprias ao ajudar o outro e cria
uma alavanca, capaz de impulsionar todos aqueles que dele se cercam. Esse amor
espalha a paz, diminui a violência, a desigualdade social.
Sempre é possível doar-se, mesmo quando se acredita
não ter nada na vida.
4 – Amor nos relacionamentos
O amor é sempre o alimento essencial da vida. É
estímulo e sustentação dos objetivos nobres da vida. Quando se ama, adquire-se
a compreensão da vida e se amadurece, desenvolvendo o sentido de crescimento
amoroso e amigo. Quando, porém, alguém só deseja ser amado, permanecerá na
infância emocional, pois o amor deve ser dado e recebido, pois ele é relevante
na evolução do homem, aquece o coração, enriquece a vida, desenvolve a visão
otimista no indivíduo e transforma a desesperança em fonte renovadora.
Todos esperam encontrar alguém especial para que possam
dividir sua vida, completar sua existência, mas cada um ao chegar na fase da
busca do amor com o outro traz em si um grande e enorme arquivo emocional, que
poderá mostrar-lhe como o amor chegará ou não em sua vida. Como o adolescente
está em fase de descobrimento, muitas vezes, recebe o amor, mas acaba não
sabendo direcioná-lo ou distingui-lo com o que se trata de sensação, admiração,
arrebatamento do verdadeiro sentimento de afetividade sem exigência, sem
agradecimento, sem dependência, sem aprisionamento.
O adolescente vive, hoje, um tempo de controvérsias
emocionais em razão das diferenças de padrões morais e comportamentais. Vive a
inquietação e a insegurança. Tem a impressão de que tudo ao seu redor é tratado
de qualquer jeito e de qualquer modo. Ele aceita os estereótipos de qualquer
espécie, como desgarrado, indiferente, rebelde, dependente e isso vai lhe
tornando um ser ou despreocupado com os relacionamentos ou de atitudes
desprezíveis para com os outros. Pensa-se, primeiro, em levar vantagem, em não
perder a oportunidade, em não deixar passar, em se apegar ao materialismo, ao
sensualismo. Não há a preocupação com o que “eu posso fazer ao outro” tanto de
bem, como de mal, mas “como o outro pode me satisfazer e atender todos os meus
desejos”. Como há uma inversão enorme de valores na sociedade, o adolescente
passa a cultuar esses mesmos valores e, automaticamente, sai em busca daquele
que o complete, daquele com o qual ele possa dividir algo, mas depara-se com o
vazio. O amor tão propagado não aparece. O que deveria ser alegria
transforma-se em desilusão. O jovem acha que “ficar” com muitas (os) lhe trará
a chamada paz de espírito, percebe que mais uma vez “ficou” mesmo foi sozinho
com outro ser que também estava sozinho. O amor nos relacionamentos precisa de cumplicidade, responsabilidade, amizade.
Quem quer achar um amor, mas não quer compromisso corre o risco de ficar sem
ninguém. Aquele trecho de uma música que diz: “Eu sou de todo mundo e todo
mundo é meu também” não é verdade. Cada um “pertencerá” ao outro ser que também
desejará ser do outro. Encontrar muitos corpos não é porta de entrada do amor.
O amor entre as pessoas precisa mais do que encontro
de corpos precisa encontro de almas.
Razão
– É o amor que pondera.
Estudo
– É o amor que analisa.
Ciência
– É o amor que investiga.
Filosofia
– É o amor que pensa.
Religião
– É o amor que busca Deus.
Verdade
– É o amor que se eterniza.
Ideal
– É o amor que se eleva.
Fé
– É o amor que se transcende.
Esperança
– É o amor que sonha.
Caridade
– É o amor que auxilia.
Fraternidade
– É o amor que se expande.
Sacrifício
– É o amor que se esforça.
Renúncia
– É o amor que se depura.
Simpatia – É o amor que
sorri.
Altruísmo
– É o amor que se engrandece.
Trabalho
– É o amor que constrói.
Indiferença
– É o amor que se esconde.
Desespero
– É o amor que se desgoverna.
Paixão
– É o amor que se desequilibra.
Ciúme
– É o amor que se desvaira.
Egoísmo
– É o amor que se animaliza.
Orgulho
– É o amor que enlouquece.
Sensualismo
– É o amor que se envenena.
Vaidade
– É o amor que se embriaga.
Finalmente,
o ódio que julgas ser a antítese do Amor, não é senão o próprio Amor que
adoeceu gravemente.
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